Logo de manhã dirigimo-nos para a zona de Asakusa, junto ao rio Sumida, para visitar o Senso-ji, o maior templo budista de Tóquio.
Antes, porém, abeiramo-nos do rio para ver a Tokyo Sky Tree, a torre de radiodifusão de apenas 634 metrinhos, completada em 2012 e entrada imediatamente para o lugar número 2 do mundo das mais altas estruturas, atrás apenas do Burj Khalifa do Dubai.
O Senso-ji foi, com toda a certeza, o lugar mais povoado que encontrámos em Tóquio, rivalizando intensamente com o Shibuya Crossing. Ainda para mais, foi num domingo que o visitámos e, para além dos turistas de fora de Tóquio, apanhámos também com os locais. Zen é tudo o que não se deve esperar daqui. Incenso talvez, mas encontrões são garantidos. Ainda assim, tirando a confusão do edifício principal, onde se encontra uma estátua enorme de Kannon, a deusa da misericórdia, consegue-se encontrar nos seus jardins alguma tranquilidade e muitas mais divindades. E como é bonito o espaço.
Aqui perto fica a Kappabashi-dori, também conhecida como a “cidade da cozinha”. É uma rua onde se vende tudo o que se possa imaginar existir de artefactos para fazer de uma banal refeição ou hora de chá um momento encantador e inesquecível. É impossível não nos perdermos a ver pratos e mais pratinhos ou copos e mais copinhos para, de volta a casa, sermos a inveja do bairro. Para além disso, aqui encontramos lojas inteiras que se dedicam à venda dos modelos de itens do menu da maioria dos restaurantes que vemos em Tóquio. Pois é, uma coisa estranhíssima por aqui é vermos pratos com comida que parece mesmo verdadeira em exposição na montra. Que facilita a vida ao turista, facilita, mas que não deixa de ser absolutamente kitsch, ai isso não deixa.
Optámos por visitar o imperdível Museu Nacional de Tóquio, o qual dispõe da maior colecção de arte japonesa, mas também de outras regiões. Mas, já que estávamos no Japão, vamos ao que interessa: aqui encontramos expostos elementos que nos permitem conhecer os inícios e a emergência do budismo no Japão, a adaptação autóctone para o budismo zen, a caligrafia, a arte da cerimónia do chá, alguma roupagem militar, biombos e portas de correr, o teatro no e kabuki e a pintura ukiyo-e. A cultura japonesa é verdadeiramente rica, daí que este museu sirva para aguçar o apetite a quem, de volta para casa, queira saber mais acerca de determinados temas.
O designado Museu Nacional de Tóquio é composto por vários edifícios, mas um deles, o que acolhe a Galeria de Tesouros Horyuji, do arquitecto Yoshio Taniguchi, é ele próprio uma perfeita obra de arte. Há que procurá-lo, que ele está lá, placidamente escondido.
Ainda no Ueno Koen fica outra gabada peça arquitectónica, o Museu Nacional de Arte Ocidental, obra de Corbusier da década de 1950.
taku, os nerds. Quem se encanta pela cultura japonesa actual – urbana e jovem -, que vai desde a indústria electrónica até à manga e anime, vai se sentir aqui como no céu. Este é todo um novo mundo. Akihabara é conhecida como a “cidade da electrónica”, mas hoje vem ganhando o título de “cidade da manga”.
São edifícios inteiros dedicados a todo o equipamento electrónico do passado, presente e futuro. Sim. Mas, são também edifícios inteiros dedicados a esse mercado inacreditável da manga, a banda desenhada japonesa. Universo este que é composto pelos livros, sim, mas também por todo o merchandising à sua volta, como acessórios, roupa, bonecada. E os livros, bem, os livros possuem as temáticas todas, incluindo histórias de rapaz encontra biblicamente rapaz, ou rapariga encontra biblicamente rapariga, ou ambos os quatro se encontram juntos ou separados, em número suficiente para encher vários pisos inteiros. Sério, isto existe?