Pakse foi um erro de casting na forma como organizei o tempo aqui. Apenas 2 dias. Ou demasiados 2 dias. O objectivo era visitar o Wat Phu Champasak, um antigo complexo religioso khmer. Um dia ocupado. O outro ficava curto para visitar quer o Bolaven Plateau, terra do café, com as suas quedas de água e trilhos para caminhadas, quer Shi Phan Don, a terra das 4000 ilhas, arquipélago às portas do Camboja. Não visitámos nem um nem outro. Limitámo-nos ao Wat Phu e a Don Kho.
O Wat Phu Champasak fica a quase 50 kms de Pakse. Este antigo lugar khmer, do qual se diz que partia um caminho para Angkor, é património da humanidade. Há que reconhecer que para quem conhece Angkor, este sítio é apenas uma migalha.
Os dois pavilhões que antecedem o templo principal possuem claramente características que encontramos nos edifícios de Angkor, mas é no templo principal, depois de uma escadaria interminável protegida por árvores portentosas, que damos de caras com esculturas belíssimas cravadas na pedra. Na rochas encontramos ainda esculturas de crocodilo e elefante.
Mais perto de Pakse, e na direcção contrária de Champasak, fica Ban Saphai, donde se atravessa de barco até à ilha de Don Kho. Este lugarejo de cerca de 300 habitantes, onde se pode experimentar um homestay, chegou incrivelmente a ser a capital do sul do Laos quando os franceses chegaram. É difícil encontrar vestígios de centro de poder neste local. Percorrendo os seus caminhos vamos vendo uma vida pacata, as senhoras a tecer nas suas casas e os senhores a dedicarem-se ao arranjo dos motores dos barcos. As crianças brincam. Os búfalos idem. Infelizmente os arrozais não estavam operacionais aqui. Interessante como o clima pode mudar tanto de um local próximo para o outro. De Pakse a Ban Saphai vamos passando por diversos arrozais. Quando se sobrevoa Pakse – e até Savanaketh – o mesmo cenário. Mas a ilha de Don Kho láterá um microclima qualquer e arrozais naquele dia, nicles.
Quanto a Pakse propriamente dita, nada a registar a não ser o de que é um centro de passagem rumo a outros territórios. A cidade, uma das maiores do Laos, não possui edifícios distintos, nem arruamentos dignos de seu nome. Depois das 10 da noite é quase impossível arranjar um tuc tuc de volta para o hotel e o que nos arranjaram – uma mota com atrelado – cobrou 10 euros pela viagem quando horas antes outro havia cobrado 2. É esta a nossa história de Pakse.