No ano passado andei junto ao Rio Minho. Este ano voltei. E como ainda faltou pisar as ruas de Melgaço, é provável que para o ano retorne.
O Minho é assim. Dá vontade de lá ir repetidas vezes. As paisagens e as suas gentes não saem de nós.
O rio Minho faz de fronteira natural entre Portugal e Espanha, Minho e Galiza. Nasce em terras galegas mas depois segue os seus últimos cerca de 75 quilómetros por Melgaço, Monção, Valença, Vila Nova de Cerveira e Caminha, a foz onde desagua no Atlântico. Estas últimas 4 cidades são todas elas pitorescas e um testemunho da história que teimou em preservar a fronteira, sempre com o “inimigo” debaixo de olho. Pelo caminho, entre elas, temos vistas soberbas. Soberbas pela paisagem e pela tranquilidade que nos transmitem, de tal forma que custa a crer que alguém por aqui possa ter tido, ou ainda ter, inimigos. Para além daquelas cidades, vamos vendo ao longo do rio Minho uma série de fortificações que foram sendo erguidas em diversos pontos estratégicos para defesa das investidas árabes, normandos ou dos vizinhos da Galiza. Decisivas não apenas na época da reconquista, desempenharam mais tarde um papel importante nas Guerras da Restauração e, por último, nas investidas das Invasões Francesas do início do século XIX.
A Ecopista do Rio Minho percorre parte desta paisagem e história ao longo de 20 quilómetros entre os centros históricos de Monção e Valença. Inaugurada em 2004, esta via ecológica aproveita as linhas férreas desactivadas para nos oferecer um maior envolvimento com a natureza. Quando a Ecopista termina, as estradas nacionais permitem-nos prosseguir o deleite ao longo do Minho até Caminha.