O Festival Muro 2017 teve lugar em Marvila jáem Maio do ano passado, mas deixou as suas marcas na arte urbana que espalhou pelos seus bairros. Aproveitando que nesse ano se celebrava Lisboa, Capital Ibero-Americana de Cultura, foram convidados diversos artistas ibero-americanos que entre workshops, concertos, palestras se dedicaram ainda à pintura de empenas, enormes obras de arte a céu aberto que a cidade de Lisboa acabou por ganhar.
Sob o mote da inclusão, a arte andou – e anda – à solta nos bairros da Quinta do Marquês de Abrantes, da Quinta do Chalé e da Quinta das Salgadas.


Em Novembro de 2016 havia sido inaugurada a Bibilioteca Municipal de Marvila, a maior biblioteca municipal da cidade e uma das meninas dos olhos da vereação da cultura do município. Não é para menos. O projecto de arquitectura está muito bem conseguido, numa bela recuperação e adaptação do antigo edifício da Quinta das Fontes pelo arquitecto Hestnes Ferreira.
Lugar de realojamentos, Marvila era ao mesmo tempo um lugar de quintas, com uma vista altaneira privilegiada para o rio Tejo. É fácil ainda hoje caminhar-se por aqui e ficarmos perdidos entre o sentido campo / cidade. As ovelhas convivem com os graffitis; o hip hop com os livros. Não têm de ser contraditórios. A noção de que a integração é necessária e desejável e de que a Biblioteca deve ser já não apenas um espaço de cultura mas sobretudo um espaço de comunidade foi o que levou a que este seja hoje um equipamento central a estes bairros, projectando o futuro, mas sem deixar de preservar as memórias do lugar.
Sugere-se, assim, que a partir do espaço da Biblioteca se parta à descoberta destes novos bairros e comunidades mais esquecidas de Marvila à boleia da arte urbana.
Algumas fotos:
A estrela da companhia, o brasileiro Eduardo Kobra e o índio Raoni:
Outras cores:
E uma mensagem: