Castelo de Predjama

Como fã de castelos, não poderia deixar de conhecer um dos poucos exemplos de castelo numa gruta. É o Castelo de Predjama e fica no sudoeste da Eslovénia, a meio caminho entre Koper e Liubliana, numa região cársica com diversas grutas como Skocjan e Postojna, e até sob o próprio castelo, que não visitámos.

De entre os castelos em gruta, o de Predjama é certamente o mais bem preservado. O nome significa literalmente “em frente à gruta” e a fortaleza lá segue, desde o século 12 ou até mais antiga, embora a sua actual aparência renascentista venha desde 1583. Há um vale e, depois, há um monte-rochedo com 123 metros de altura. Foi nele, aproveitando de forma magistral a natureza, que o castelo foi construído, como se de um ninho se tratasse, oferecendo total segurança, uma vez que da sua retaguarda não viriam quaisquer ataques. E mesmo o acesso à sua dianteira era difícil, uma vez que foi construído num plano mais elevado e a entrada estava ainda mais acima do que está hoje, sendo feita através de escadas de madeira que eram colocadas e recolhidas conforme ditavam os interesses da segurança.

Foi precisamente a segurança que modelou toda a implantação e desenho do castelo e não o conforto. Com efeito, na Idade Média as preocupações eram outras, e o conforto acabava por ser secundário desde que a fortaleza cumprisse as funções ao ser inexpugnável. Este castelo é, na verdade, uma mistura de paredes naturais da rocha onde foi implantado e paredes exteriores construídas. As paredes chegam a medir 168 cm e o lugar era – ainda é – muito frio e húmido e com pouca luz. A rocha é húmida e está coberta de musgo e algas, dando-lhe aquela cor característica.

Como não podia deixar de ser, há várias lendas associadas ao Castelo de Predjama, como a do Barão Erasmus von Lueg, que construiu uma série de túneis na rocha e aguentou estoicamente um cerco antes de morrer. E há outras curiosidades, como o facto de a gruta onde o castelo foi encaixado possibilitar a existência e a passagem de água pelos diversos canais naturais. E ainda a de a rocha servir de forma natural de terraço, não necessitando o castelo de telhado em muitos pontos.

O interior foi transformado em museu e um áudio-guia em português do Brasil está incluído no bilhete de entrada. São quase 100 as salas a visitar, numa viagem pelo tempo que nos dá a conhecer a história do lugar por entre armaria, mobiliário, detalhes de construção, sala de tortura, cozinha, latrina, tudo interligado por passagens e mais passagens, não esquecendo as vistas desde o terraço.

2 Comments Add yours

  1. Que encantador lugar!

    Gostar

    1. Mesmo encantador, com o Homem a trabalhar para engrandecer ainda mais a paisagem.

      Liked by 1 person

Deixe uma resposta para dulcedelgado Cancelar resposta