O nosso hotel ficava em Sheung Wang, diz-se que um bairro com um cheirinho da Xangai antiga. Da janela do nosso quarto minúsculo tínhamos a vista do Porto Victoria e mesmo em frente, em Kowloon, o edifício do International Commerce Centre, com 484 metros, o que faz dele o mais alto de Hong Kong e o quinto mais alto do mundo. Foi ele que nos deu as boas vindas a 2013, pois passámos a meia-noite no Parque Sun Yat Sen, bem em frente ao hotel. Pensava fugir à confusão vendo daqui o fogo-de-artifício a sair do Two IFC, como nos anos anteriores, mas desta vez mudaram a festa para o Hong Kong Convention & Exhibition Centre em Wan Chai e não vi mais do que uns vislumbres do fogo-de-artifício. Sem problema, pelo menos fugi mesmo da confusão.
Sheung Wan, apesar de junto ao porto, tem umas quantas ruas inclinadas e é lugar de lojas e negócios tradicionais, como herbanários, antiguidades e, principalmente, toda a sorte de espécies do mar que são deixadas a secar. E também cogumelos e mais um sem número de elementos não identificados. Tudo seco.
O eléctrico típico da região, o Hong Kong Tramways, um dos primeiros transportes da cidade, atravessa quase toda a zona norte da ilha, sendo Sheung Wan uma das contempladas, daí que esta seja uma das melhores opções de transporte para este bairro, que fica ainda perto do terminal de ferries para Macau.
Entre vários templos, por aqui fica também o Templo Man Mo, como não podia deixar de ser encravado entre prédios imensos e com um cheiro de incenso forte. Este é um dos mais antigos e famosos templos de Hong Kong e bem especial para mim, pois uma das duas divindades a quem está consagrado é a Man, o deus da literatura.