Quem sabe apenas deitar e ficar a ler.
Ou até mesmo entrar e ficar com a água até à cintura para pescar, tal qual o pescador ali ao redor faz.
Conduzir pelas estradas que serpenteiam as montanhas, os rios e os lagos é um prazer. Tanto como caminhar pelas gargantas dos rios, que nos conduzem a quedas de água ou outros motivos de espanto. O Vintgar Gorge ainda está fechado, a recuperar da inclemência dos rigores do Inverno. Fazemos apenas um pequeno troço do rio Radovna e sentimos a potência da Sum Waterfall.
Encaminhamo-nos para mudar de vertente da montanha. Passamos o Vrsič Pass, grande obra de engenharia.
Antes, enquanto subimos montanha acima, maravilhamo-nos com a capela russa, arduamente construída por prisioneiros russos durante a 1ª Grande Guerra Mundial.
Depois de subirmos tudo e sentirmos os rigores meteorológicos, começamos a descer em direcção ao vale do rio Soča, na parte Sul/Oeste do Triglav. A paisagem deslumbra.
Não é de estranhar, a cidade é uma jóia da arquitectura gótica veneziana. A torre do sino, por exemplo, é inspirada na de San Marco em Veneza.
As ruas vão desaguar em praças à italiana, a comida traduz a influência histórica que por ali se foi sentido, pelo que os sabores são mediterrânicos.
A partir de Piran, a sudoeste da Eslovénia, numa diagonal marcada para nordeste encontramos, no centro do país, a capital Ljubljana.
Cidade perfeita no equilíbrio entre tamanho e qualidade de vida. É uma cidade muito agradável e vivida por uma população jovem. Em torno do rio Ljubljanica o acesso é vedado ao automóvel, pelo que podemos desfrutar da melhor forma a cidade e as suas múltiplas esplanadas.
Cá em baixo algumas das obras do arquitecto Joze Plecnik, que deixou grandemente o seu cunho na cidade, tal como a alteração à Ponte Tripla, a Biblioteca Nacional e Universitária e as colunas do Mercado Central.
Algo completamente diferente encontramos em Metelkova, a curta distância do centro da cidade. É um espaço alternativo, de contra-cultura, que se apropriou de barracões utilizados na Guerra dos Balcãs nos anos 90 do século passado. Apresenta um conjunto de bares e clubs e imperam os ideais anarquistas.
Mesmo ao lado encontra-se o óptimo Museu de Arte Contemporânea, que está associado ao Museu de Arte Moderna, ambos com colecções de artistas da Europa do Leste.
Caminhando mais para a parte noroeste do país e encontramos pequenas, mas muito agradáveis, cidades, como Celje e, sobretudo, Ptuj. Esta última fica na memória pelos telhados vermelhos que cobrem o compacto coração medieval e por a vista do outro lado do rio Drava, que a banha, se assemelhar a uma mini Coimbra.
Por fim, mesmo junto à fronteira com a Áustria, fica Maribor, a segunda cidade eslovena. Foi por aqui que começámos a nossa viagem por terras eslovenas e onde vimos escrito numa parede que o futuro é ali.
Não creio. Foi o único sítio dos quais percorremos que me pareceu pouco interessante, tirando uma praça, e sem grande potencial. Potencial só mesmo para ser uma equipa a perder nas competições europeias de futebol com o grande Sporting.
Futebol e Maribor à parte, a Eslovénia é um pequeno país a conhecer, pela beleza, serenidade e encanto que apresenta.