
Vamos mudando. Até há uns anos não gostava de andar de carro, ser conduzida ou conduzir. Hoje tudo é diferente.
O carro permite-nos ir acrescentando sempre algo mais à nossa viagem, parando quando se quer, seguindo a direito quando assim o desejamos. Uma liberdade. Numa road trip é a jornada que conta, não o destino.
E poucas regiões haverá melhores do que o Alentejo para seguir de carro, mão de fora na janela aberta, como se quiséssemos agarrar o vento. Pouco trânsito, boas estradas, paisagens diversas. Sem tédio, mas com melancolia quanto baste, com a ajuda da banda sonora escolhida.



Algumas das estradas mais bonitas do nosso país estão aqui. Como aquela quase recta que liga Nisa ao Crato e depois Alter, amiúde protegida pelas árvores. Ou a sempre recta de Mourão a Monsaraz, com a imagem dos seus castelos e as águas do Alqueva como companhia. Ou as costumeiras rectas da Amareleja a Barrancos que, de repente, se transformam em curvas e mais curvas. Ou ainda qualquer estrada pela Serra de São Mamede, as mais altas a sul do Tejo.



Prego não muito a fundo por estas estradas, para melhor se apreciar o cenário, vamos vendo desfilar a fauna local – gado, cavalos, porcos, cabras, cegonhas e tudo o mais que resolver aparecer -, um charco aqui e outro ali com ares de lago, arvoredo que parece ter sido ali depositado de propósito para embelezar as margens do asfalto. Até um pôr-do-sol memorável.
