Heydar Aliyev Center

Quem passa por este blogue já percebeu que sou uma grande admiradora da arquitectura de Zaha Hadid.

Em Baku está aquela que tem vindo a ser considerada a sua obra-prima, o Heydar Aliyev Center.

O projecto foi apresentado a competição em 2007 e concluído em 2012. Pelo caminho, a sua construção sofreu algumas críticas a que a arquitecta sempre disse ser alheia como autora do projecto, tendo-se desresponsabilizado da sua execução. A saber, expropriações não devidamente compensadas para se construir o complexo e contratação ilegal de operários estrangeiros e com más condições de trabalho. O Azerbaijão não é conhecido pelo seu governo democrático e inteiramente respeitador dos direitos humanos, não sendo a sua imprensa sequer considerada livre. O foco dos últimos dois líderes do país, Heydar Aliyev (1993-2003) e seu filho Ilham Aliyev (2003-actualidade), é a aposta nas grandes obras para dar visibilidade e trazer reconhecimento ao país.

Se é de estética que se trata, então o Heydar Aliyev Center é uma aposta certeira. Já um ícone de Baku e do Azerbaijão, este centro propõe-se a ser parte incontornável da vida cultural da cidade e do país. Ao longo da sua enorme área de implantação e oito andares vai acomodando um auditório com mil lugares, um centro de conferências, galerias de exposições temporárias e um museu.

À medida que nos vamos aproximando deste complexo desde o centro de Baku, não muito longe, vamos percebendo a forma como ele se espraia no terreno e impõe na paisagem de forma natural. É colossal. Adjectivos e analogias não faltam para o caracterizar. Que parece uma baleia, um glaciar, um terminal de aeroporto. É, como alguém escreveu, a imagem da voluptuosidade feminina. Sensual como Zaha.

As suas formas são fluidas e o edifício é cheio de curvas, fugindo dos ângulos rectos. Como se fosse uma só onda que corre numa só superfície. As suas curvas envolvem-nos e abraçam-nos. Podemos subir pelo edifício afora sobre as placas de vidro que o revestem e descer daí a rolar ou a surfar.

O interior é igualmente surpreendente. Alvo, pleno de cortes que permitem uma luz natural, é brilhante no aproveitamento do espaço.

Este é um projecto de sonho. A fotografar de todos os ângulos curvos possíveis e imaginários.

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