Alguma gastronomia açoriana

Nesta jornada pelas ilhas do grupo central do arquipélago dos Açores (com excepção da Graciosa) fui tendo oportunidade de saborear várias das suas especialidades gastronómicas.

Parece que nos Açores há de tudo. O mar dá-lhe o pescado e crustáceos e as inúmeras pastagens a carne feliz e os lacticínios. Até da lava consegue fazer nascer vinho. E, depois, há ainda os doces típicos.

Não sendo apreciadora nem de vinho nem de queijo, e sendo mais de carne do que de peixe, logo depois de experimentar uns suculentos pedaços de touros pretos açorianos no Príncipe Gastro Bar, na Horta, tive de me render ao peixe veja da Casa Âncora, em São Roque do Pico. Estes dois restaurantes de bom gosto e cozinha moderna são do mesmo dono e “apenas” estão separados pelo Canal.

Mais caseiro e tradicional, no Clube Naval de Velas, em São Jorge, dei uma hipótese ao enchareu. Tão tradicional que o prato parecia ter sido posto na mesa pela minha mãe: peixinho grelhado, acompanhado de verduras e de batata (felizmente, batata doce). Ao contrário de outros, no que respeita ao peixe a comida da mamã não me traz grandes recordações.

Na Terceira, já com companhia para partilhar as iguarias à mesa, incluindo a da dita mamã, foi a alcatra que roubou todos os paladares. Alcatra é de carne, certo? Não se estivermos na Terceira. Aqui podemos escolher entre a alcatra de carne e a de peixe ou, então, ficar com as duas. Em comum, ambas são servidas em tacho de barro, cozinhadas com especiarias várias e acompanhadas de pão. E ambas são uma bomba deliciosa.

A mais surpreendente alcatra de peixe pode ser apreciada no restaurante Boca-Negra, em Porto Judeu, numa variedade de três peixes que para nós incluiu o boca-negra, o congro e o goraz.

A época da Páscoa não é de cracas, mas pudemos experimentar umas lapas que não desiludiram.

E quanto à doçaria, os fãs da massa sovada também não ficam desiludidos numa passagem pelas ilhas do grupo central açoriano. Mas não é isso que irão relembrar. Trarão antes o gosto das “espécies” de São Jorge e das “Dona Amélia” da Terceira. Na Pastelaria O Forno, em Angra, muitas são as opções, mas a curiosidade recai nestas queijadas (também servidas na forma de bolo) de nome curioso, assim apodado após a visita do Rei D. Carlos e da Rainha D. Amélia à ilha em 1901. Este doce mistura mel de cana, canela, noz moscada e cidras. Uma delícia entre delícias açorianas.

2 Comments Add yours

  1. Fernanda Mendes diz:

    Um português mto lúcido e convidativo, com palares mto elucidativos e convidativos! Vou guardar para num futuro que se deseja próximo experimentar!

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