Fira é a capital de Thira-Santorini e onde se concentram os restaurantes e alojamentos mais caros. Oia é a mais procurada, em especial ao fim do dia para se assistir ao pôr-do-sol. Mas Imerovigli será a escolha acertada para se viver dos momentos mais belos na ilha, um misto de Fira e Oia mas sem a confusão das duas.
Mas porque Santorini não é só o eixo Fira – Firostani – Imerovigli e Oia, impõem-se algumas informações práticas acerca da ilha.
As deslocações não são totalmente convenientes. Pode-se sempre alugar um carro ou mota, mas fora isso resta-nos o táxi, caríssimo, e o autocarro. Este último não nos leva a todos os pontos da ilha e, pior, temos quase sempre de voltar a Fira para ligar os vários destinos.
Santorini não é a melhor ilha para se fazer praia. Tem praias, sim, mas apenas na costa leste e a sul.
Perissa e Perivolos são um contínuo de areia negra, duas praias coladas uma à outra e com uma grande concentração de restaurantes e bares de praia. Caso se queira passar uns dias de praia em Santorini estes (e Kamari, que não visitámos) são os lugares a escolher.
Também na costa sul, mas a ocidente, fica a Praia Vermelha, perto da antiga Akrotiri. A praia tem um areal mínimo e há perigo de derrocada das suas rochas instáveis. Mas o cenário selvagem, e efectivamente vermelho, deste pedaço de Santorini, bem como a água quente, fazem deste um lugar de visita e mergulho obrigatórios.
Pyrgos é uma belíssima vila. Tem as características mais reconhecidas das suas vizinhas mais famosas, como as casas brancas, igrejas de cúpula azul e ruas labirínticas. Mas ao contrário das outras é uma vila interior instalada num monte. Logo, as vistas fabulosas continuam e Pyrgos é um lugar privilegiado para panoramas largos de todas a ilha.
Mas o seu encanto é caminhar pelas suas ruinhas e descobrir onde elas nos levam. E assim vemos que muitos dos seus edifícios, incluindo o seu antigo castelo veneziano, estão em mau estado de conservação. Concluindo, Santorini parece ter ainda capacidade para crescer ainda mais em termos turísticos, e Pyrgos estará na dianteira para se tornar ainda mais na nova sensação da ilha.
Fora de Thira, mas ainda no arquipélago de Santorini, impõe-se um passeio de barco pela caldeira até Nea Kameni, o ilhéu vulcão. Este pedaço de terra, o mais novo do Mediterrâneo Oriental, nasceu há cerca de 430 anos e foi sendo formado através das várias erupções vulcânicas que aconteceram desde essa data, a última das quais em 1956. Por isso, as mais recentes das suas incríveis formações rochosas de lava possuem pouco mais de 50 anos.
O barco atraca numa pequena enseada e descarrega os turistas que empreendem uma curta caminhada até ao centro da cratera por um cenário pouco comum, um deserto rochoso e poroso onde ainda se vêem fumegar umas fumarolas. Por ora o vulcão está adormecido. Mas mais marcas da sua actividade sentem-se ainda nas águas extremamente quentes a amareladas do enxofre próximas do ilhéu Palea Kameni.
O passeio de barco prossegue rumo à ilha de Thirassia e a beleza natural da paisagem é uma constante. No pequeno porto colocam-se duas hipóteses: ou ficar por ali num dos restaurantes e dar um mergulho ou subir a bom subir até à aldeia e ganhar a oportunidade de nos embrenharmos por mais um pedaço da vida e arquitectura cicládicas. Obviamente que escolhemos esta última e o prémio materializou-se em mais postais soberbos.