A Lousã é a serra e as aldeias de xisto, mas é também o seu castelo, segundo José Saramago “paisagisticamente, das mais belas coisas que em Portugal se encontram”. A sua implantação no meio da floresta é preciosa e torna-o ainda mais apelativo. Diz-se ser o “castelo perdido nas árvores” e qualquer vista panorâmica mais afastada confirma-o.
Também conhecido como Castelo de Arouce, fazia parte da linha defensiva do Mondego, rio que até à conquista de Lisboa aos mouros no século XII fazia de fronteira entre o mundo cristão e muçulmano. Terá sido erguido no século anterior, mas uma lenda antiga conta-nos ainda da possibilidade de ter sido construído por um emir para servir de proteção da sua filha e dos seus tesouros após derrotado e expulso de Conimbriga.
Fortaleza pequena, com uma torre de menagem e um curto pátio, à entrada percebemos um alambor, uma base rampeada que tinha como função reforçar a muralha e impedir a escalada dos seus muros. A partir deste ano de 2019 passou a ser possível a visita ao interior do castelo e do alto da sua torre as vistas para a densa vegetação são incríveis. Em baixo vemos o alvo Santuário de Nossa Senhora da Piedade a contrastar com o verde da floresta e o xisto – claro – do castelo.
Descemos do castelo e bem lá em baixo fica a praia fluvial com vista para ele. A beleza natural do lugar é comovente. No entanto, há que não ficar pela vista. A Ribeira de São João corre ponte afora e acompanhando-a enquanto podemos descobrimos mais um recanto de tranquilidade na Serra da Lousã.
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