Não porque Guttuso, pintor ligado à ideologia comunista, ou Palmiro Togliatti, político, fundador e líder do Partido Comunista Italiano, tenham nascido em Bolonha. Mas antes por Bolonha, após a 2ª Guerra Mundial, na sequência de ter sido intensamente bombardeada, ter-se tornado no centro italiano do socialismo e comunismo. Por essa razão, mas também pela cor dos edifícios no centro histórico, em tijolo vermelho, tem o cognome La Rossa.
A cidade é conhecida por outros cognomes, como La Dotta, uma referência à sua universidade, considerada a mais antiga do mundo, que ocupa uma área do centro da cidade, dando-lhe uma dinâmica própria e vibrante.
Outro nome pelo qual a cidade é conhecida é La Grassa, uma alusão à sua cozinha, que teve sempre uma forte tradição. Numerosas receitas italianas, que entretanto se expandiram pelo mundo fora, tiveram origem em Bolonha. É o caso do ragù, que convencionalmente e erradamente se chama por todo o mundo esparguete à Bolonhesa, a lasanha, os tortellini, os tortelloni.
Capital da região de Emilia Romagna, economicamente Bolonha é uma cidade forte. Marcas como a Lamborghinie a Maserati foram fundadas em Bolonha. O desenho do logotipo desta última marca foi inspirado no tridente da estátua de Neptuno de Giambologna (1566), a qual adorna a fonte que se localiza numa das principais praças da cidade, a Piazza del Nettuno.
A Piazza del Nettuno é contígua à Piazza Maggiore, a principal praça da cidade, que no flanco oeste é balizada pelo Palazzo Comunale, renascentista. Neste imenso palácio encontra-se a Collezioni Comunali d’Arte, que na sua colecção apresenta pintura, escultura e elementos de decoração.
No lado sul desta magnífica praça situa-se a Basílica di San Petronio, nome do patrono da cidade, começada em 1392 e, por razões políticas, nunca terminada. Havia a ambição de que fosse maior que a Basílica de S. Pedro, aspecto que não foi consensual no meio eclesiástico. De construção medieval, o interior, monstruoso, é de origem gótica, composto por uma infinidade de elementos ogivais.
A ladear a basílica fica o Archiginnasio, onde antigamente estava a Universidade e actualmente uma das maiores bibliotecas da região.
As tais imperfeições de que são feitas as cidades verdadeiras. Contudo, esses aspectos, apesar de não serem belos, mostram o nervo e efervescência da cidade, que recebe e alberga pessoas vindas um pouco de toda a parte. Nota-se que a imigração aqui é grande, provavelmente pela dinâmica económica da região.
Dante Alighieri, na sua Divina Comédia, faz referência à Garisenda, que actualmente apresenta cerca de 3 metros de inclinação:
Num espaço mais recente, uma nota positiva para o já referido MAMbo, que para além de acolher arte italiana do período pós 2ª Guerra Mundial até aos dias de hoje, alberga também nas suas instalações o Museu Morandi. Giorgi Morandi, natural de Bolonha, é considerado um dos mais importantes pintores italianos do século XX e um especialista em naturezas mortas.
Mortas, palavra que não se aplica nada a Bolonha. Uma cidade viva e cativante em diversas dimensões.