Antes de chegar ao Pico já andava enamorada da sua montanha.
Com 2351 metros que irrompem desde o mar, esta é a maior elevação de Portugal.
Tive a sorte de a ver inteira da vizinha ilha do Faial, com o Piquinho nevado à espreita. Quando cruzei o Canal rumo à ilha do Pico ainda a vi a caminhar para o céu acompanhada da sua fiel e imensa nuvem. Depois disso, nunca mais a encontrei. Mais, duvidei mesmo que ela por ali andasse.
Até que, quando me preparava para deixar a ilha do Pico rumo à ilha de São Jorge, voltei a ver parte da montanha, desta vez com o Pico envolto na mítica auréola, espécie de capote. Que imagem fabulosa. Aqui deixei a fase de enamoramento para um quase rastejar a seus pés. Isto foi por um momento… logo o Pico voltou à sua companheira fiel.
Um dia mais tarde, já na ilha de São Jorge, voltei a vê-lo por inteiro uma última vez, novamente do outro lado do Canal. E confirmei: este esbelto elemento é tímido e sem a companhia das nuvens só se deixa ver à distância, protegido pelo mar.
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