
Alegrete. Só o nome já é todo um programa.

Alegrete, vila alentejana em pleno Parque Natural da Serra de São Mamede, fica a apenas 16 kms de Portalegre mas dificilmente damos com ela a não ser que nos envolvamos pelas estradas secundárias. Uma pena, mas com uma solução. Há que ir até lá de propósito e começar por avistar desde o asfalto parte do casario branco, muralha e castelo. E há que, logo de seguida, subir por esse mesmo asfalto até à povoação instalada numa colina com encostas pejadas de sobreiros e carvalhos a 450 metros de altitude (e o castelo a 475 metros).


Alegrete é uma espécie de mini Monsaraz, com a povoação primitiva dentro da cerca urbana muralhada. São quatro ruinhas com umas poucas casas, com entrada pela praça com coreto. Logo aí temos a torre do relógio e a igreja matriz, ambas com as fachadas com as típicas listas amarelas sobre o branco. Poucos metros percorridos pela rua de calçada em pedra com edifícios de um lado e do outro e chegamos à porta do castelo, a Porta da Vila.

O lugar de Alegrete tem ocupação humana desde a pré-história e, embora não se saiba com certeza o seu passado, acredita-se que por aqui terão passado os romanos, os vandalos, os alanos e os mouros até D. Afonso Henriques o tomar em 1160. A partir da Reconquista Cristã sabe-se com certeza com base em documentação que em 1267 foi definitivamente incorporada no território português pelo Tratado de Badajoz e, mais tarde, em 1319 D. Dinis promoveu a reedificação do seu castelo (ou talvez a sua construção, não se sabe ao certo) no contexto da defesa e consolidação da soberania portuguesa na raia com Castela e concedeu-lhe foral. Ao longo dos séculos Alegrete foi participando em diversos episódios em diferentes momentos da história do nosso país no que respeita às guerras com Castela, ou não fosse o seu um território situado na primeira linha de defesa.


O castelo, em estilo gótico militar, possui muralhas ameadas com cubelos e torre de menagem em ruína. O ponto alto da visita é, no entanto, a vista fantástica para o horizonte, permitindo-nos apreciar a topografia local de passagem de uma zona de serra para outra de planície.


Este é um castelo-miradouro.


Saindo pela Porta da Traição, também conhecida como Porta do Sol, a imagem da paisagem continua a dominar a atenção, mas agora percebemos ainda melhor o afloramento rochoso em que foi implantado o castelo, cheio de pedra irregular ao seu redor.
Desconheço o significado do topónimo “alegrete”. Há quem diga que deriva do latim “Ad Septem Aras”, de significado “aquele que se encontra numa alegre situação”. O que é certo é que Alegrete está acompanhada da ideia de felicidade.
Muito bom!
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Espectacular a “minha” Alegrete
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Dos lugares que mais gostei de conhecer nos últimos tempos. Obrigada por podermos ir até à sua Alegrete.
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