O rio Sabor nasce em Espanha, colado à fronteira, e logo rompe por Montesinho, ziguezagueando até contornar Bragança, para depois navegar rumo a sul, atravessando Trás-os-Montes até se encontrar com o rio Douro na aldeia de Foz do Sabor, a um passo de Torre de Moncorvo.

Até à construção da Barragem do Baixo Sabor, “a mãe de todas as barragens”, iniciada em 2008 e finalizada em 2016, o rio Sabor era o último grande rio selvagem da Península Ibérica, sem qualquer interrupção desde a sua nascente até à sua foz. Este projecto surgiu como alternativa à Barragem de Foz Côa, que acabou por não se concretizar em benefício da salvaguarda das gravuras rupestres no Vale do Rio Côa.


Se tiver mapas antigos em casa, e por antigos quer dizer-se com mais de 3 ou 4 anos, esqueça; não se dê ao trabalho de os consultar para programar qualquer visita à região. Com o enchimento da barragem, o curso fluvial do Sabor mudou muito na sua configuração e as zonas envolventes estão completamente diferentes, em especial na sua metade mais a sul. Uma série de lagos inundou a paisagem e Trás-os-Montes ganhou mais um elemento épico, ainda um segredo para a maioria dos portugueses. Quatro municípios transmontanos uniram-se e criaram a Associação de Municípios do Baixo Sabor no sentido de divulgar e desenvolver as potencialidades turísticas, económicas e ambientais da região compreendida entre os cerca de 70 kms de lagos: Alfândega da Fé, Macedo de Cavaleiros, Mogadouro e Torre de Moncorvo. Para facilitar a nossa visita, foram criados três Circuitos Panorâmicos Automóvel dos Lagos do Sabor, um com 40,70 kms, outro com 111,80 km e outro com 119,50 kms. É um desafio completá-los a todos, mas será uma perda não procurar segui-los pelo menos em parte em busca do Lago de Cilhades, do Lago dos Santuários e do Lago do Medal, para além da Albufeira do Azibo. Muitos mais projectos são esperados para os próximos anos, patrocinados pela EDP como compensação pela construção da sua barragem. Se é certo que o ecossistema da região foi posto em causa, e por isso muita foi a contestação à construção da barragem, a expectativa agora é que se possa ganhar mais para além da água e da electricidade. Se equilibrará a balança do que se perdeu, isso só o tempo o dirá.


É por estes lagos que andaremos em seguida, aliando o prazer de conduzir à contemplação do azul espelho de cada um deles, admirando ainda a riqueza dos habitats e das culturas desta região.
Olá, boa sugestão turística e cultural cá dentro, para um Verão alternativo.
Boas descobertas em viagem.
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O Sabor é mesmo uma boa ideia para um Verão fora das grandes enchentes 🙂
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